quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

pretos velho sua caminhada

 
Pretos Velhos


A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rutuais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intríseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade dasa Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não  há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixásn os nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a ceita. A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos velhos, considerados nossos Guias ou Protetores (semi-Orixás), somente pelos Umbandistas, pois na Nação (Candomblés) são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.
Não é nossa intenção publicar letras de pontos cantados, pois em nossa opinião fica um vazio quando não se tem propriamente a música, porém abriremos uma excessão para um ponto que mais parece um hino, um grito de liberdade, de bondade, de fé, de resignação, de agonia, de sentimentos profundos e de glorificação. Esse cântico deveria ser cantado no momento da "chegada" dos pretos velhos, pois seriam uma homenagem justa a tanto que sofreram:

Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Eles sofreram, mas ensinaram
Com persistência, bondade e fé
Enquanto eles apanhavam
Eles oravam pedindo à proteção
Para o senhor, que os castigavam
Sem piedade e nem coração
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
A Lei de Zâmbi sempre seguia
Na esperança do seu passamento
Que um dia haveria de vir
Pela bondade de seus pensamentos

Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.




PRETOS VELHOS

História



As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:

Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.

Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo financiando as guerras e fazendo dos vencidos escravos.

No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês.

A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro; em quatro séculos, do XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.

Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos! Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": Pau, Pano e Pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães-do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi (protegido de Ogum).

Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, do Ventre livre e, enfim, pela Lei Áurea.

A Legião de espíritos chamados "Pretos-Velhos" foi formada no Brasil, devido a esse torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África.

Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África. Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.

Idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza.

Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece.

Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece.

O ato final da peça que encarnamos no vale de lágrimas que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intrínseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.


Formação da Falange dos Pretos-Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.

Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores, mas no Candomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Usam branco ou preto e branco. Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).

O Nomes dos Pretos-Velhos

Há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto-Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitiam a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados.

As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batismal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome dado pelo seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Ex.: Antônio da Coroa Grande), ou então da região africana de onde vieram (Ex.: Joaquim D'Angola).

O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido mais tempo, adquirindo assim sabedoria, paciência, compreensão. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.

No mundo espiritual é bastante semelhante, a grande característica dessa linha é o conselho. É devido a esse fator que carinhosamente dizemos que são os "Psicólogos da Umbanda".


Eis aqui, como exemplo, o nome de alguns Pretos-Velhos:

Pai Cambinda,,  (ou Cambina), ,Pai Roberto,, Pai Cipriano,, Pai João,, Pai Congo, Pai José D'Angola, Pai Benguela, Pai Jerônimo, Pai Francisco, Pai Guiné, Pai Joaquim,, Pai Antônio,, Pai Serafim,, Pai Firmino D'Angola,, Pai Serapião,, Pai Fabrício das Almas,, Pai Benedito,, Pai Julião,, Pai Jobim,, Pai Jobá,, Pai Jacó, Pai Caetano,, Pai Tomaz,, Pai Tomé,, Pai Malaquias, ,Pai Dindó,, Vovó Maria Conga,, Vovó Manuela, ,Vovó Chica,, Vovó Cambinda (ou Cambina),, Vovó Ana, Vovó Maria Redonda,, Vovó Catarina,, Vovó Luiza,, Vovó Rita,, Vovó Gabriela, Vovó Quitéria,, Vovó Mariana, ,Vovó Maria da Serra,, Vovó Maria de Minas, Vovó Rosa da Bahia,, Vovó Maria do Rosário,, Vovó Benedita.

Obs: Normalmente os Pretos-Velhos tratados por Vovô ou Vovó são mais “velhos” do que aqueles tratados por Pai, Mãe, Tio ou Tia).


Atribuições

Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.

Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião. São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem incutir-lhes os conceitos de karma e ensinar-lhes resignação

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho. Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo-forma.

Outros foram até mesmo Exus, que evoluíram e tomaram as formas de um Pretos-Velhos.

Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: "então o Preto-Velho não é um Preto-Velho, ou é, ou o que acontece???".

Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em busca de ajuda.

O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um Preto-Velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.

Por isso, se você for falar com um Preto-Velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.

Para muitos os Pretos-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus desfazendo trabalhos. Também combatem as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas.

A Mensagem dos Pretos-Velhos

A figura do Preto-Velho é um símbolo magnífico. Ela representa o espírito de humildade, de serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente para que possamos evoluir espiritualmente.

Certa vez, em um centro do interior de Minas, uma senhora consultando-se com um Preto-Velho comentou que ficava muito triste ao ver no terreiro pessoas unicamente interessadas em resolver seus problemas particulares de cunho material, usando os trabalhos de Umbanda sem pensar no próximo e, só retornavam ao terreiro, quando estavam com outros problemas. O Preto-Velho deu uma baforada com seu cachimbo e respondeu tranquilamente: "Sabe filha, essas pessoas preocupadas consigo próprias, são escravas do egoísmo. Procuramos ajudá-las, resolvendo seus problemas; mas, aquelas que podem ser aproveitadas, depois de algum tempo, sem que percebam, estarão vestidas de roupa branca, descalças, fazendo parte do terreiro. Muitas pessoas vem aqui buscar lã e saem tosqueadas; acabam nos ajudando nos trabalhos de
caridade".


Essa é a sabedoria dos Pretos-Velhos...

Os Pretos-Velhos levam a força de Deus (Zambi) a todos que queiram aprender e encontrar uma fé. Sem ver a quem, sem julgar, ou colocando pecados. Mostrando que o amor a Deus, o respeito ao próximo e a si mesmo, o amor próprio, a força de vontade e encarar o ciclo da reencarnação podem aliviar os sofrimentos do karma e elevar o espírito para a luz divina. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei do dharma e da causa e efeito.

Eles aliviam o fardo espiritual de cada pessoa fazendo com que ela se fortaleça espiritualmente. Se a pessoa se fortalece e cresce consegue carregar mais comodamente o peso de seus sofrimentos. Ao passo que se ela se entrega ao sofrimento e ao desespero enfraquece e sucumbe por terra pelo peso que carrega. Então cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente de acordo como encare seu destino e os acontecimentos de sua vida:

"Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade. Mas, se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS" (Pai Cipriano).

Características:

Linha e Irradiação

Todos os Pretos-Velhos vem na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente.

Fios de Contas (Guias)

Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda.


Roupas

Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de palha.

Dia da semana: Segunda-feira

Chakra atuante: básico ou sacro

Planeta regente: Saturno

Cor representativa: preto e branco;

Fumo: cachimbos ou cigarros de palha.

Obs: Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.


Formas Incorporativas E Especialidade Dos Pretos-Velhos:

Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito. A vibração começa com um "peso" nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão. Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações necessárias (atabaque, gongá, etc...) e depois sentam e praticam sua caridade (Podemos encontrar alguns que se mantém em pé).

É possível ver Pretos-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, e apenas com movimentos dos ombros quando sentados.

Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar. Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas.

A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham.

Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:

Pretos-Velhos De Ogum

São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.

São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de "choque", mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.

São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e "medrosos". É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

Pretos-Velhos De Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível.

Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado.

São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.


Pretos-Velhos De Xangô

Sua incorporação é rápida como as de Ogum.

Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.

Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.


Pretos-Velhos De Iansã

São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas.

Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.

Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.

Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.

Pretos-Velhos De Oxossi

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.

Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.

Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc... São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior "químico" - Oxossi.

Pretos-Velhos De Nanã

São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada.

Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.

Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça.

Costumam se afastar dos médiuns que consideram de "moral fraca". Mas prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.

É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.

São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função.

Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.


Pretos-Velhos De Obaluaiê

São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral.

Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.

Agarram-se a seus "filhos" com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar.

Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento.

Como trabalha para Obaluaiê, e este é o "dono das almas", esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.

Sua "visão" é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual.

Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos.

Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.

Pretos-Velhos De Yemanjá

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga.

Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.

Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar.

Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.


Pretos-Velhos De Oxalá

São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos.

Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos.

Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom comportamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.








Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".


São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.


São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.


Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.


Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda. Nos trabalhos espirituais desta religião, os médiuns incorporam entidades que possuem níveis de evolução e arquétipos próprios. Estas se dividem em três níveis:


    As Crianças – chamadas eres, ou ibejis, representam a pureza, a inocência, daí sua característica infantil.


    Os Caboclos – onde se incluem os Boiadeiros, Caboclos e Caboclas, representam a força, a coragem, portanto apresentam a forma do adulto, do herói, do guerreiro, do índio ou soldado.


    Os Pretos Velhos – incluem os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.


Ficheiro:Pretos velhos.png
Casal de Pretos-Velhos


A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxala(no sincretismo com o catolicismo, Jesus). Entidades aqui tomada no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.


A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.


Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões Afro-Brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza, o cachimbo.


Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina. Pai Jacó[1], Pai Benedito[2], Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.


Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.


Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos presentes, mas principalmente aos médius de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.


Pontos de preto velho:

Saudação dos Pretos Velhos quando iniciada uma gira


Bate tambor
lá na Angola, bate tambor
Bate tambor
lá na Angola, bate tambor...
Bate tambor, Pai Joaquim*...
Bate tambor, Maria Conga*...
Bate tambor, Pai Mané*...


(* coloca-se o nome dos pretos velhos da casa)


Eu andava perambulando,
sem ter nada p'ra comer
Fui pedir as Santas Almas
Para vir me socorrer
Foi as Almas que me ajudou
Foi as almas que me ajudou
Meu Divino Espírito Santo
Glória Deus, Nosso Senhor
Nessa casa
tem quatro cantos
Cada canto tem um santo
Pai e filho, Espírito Santo
Nessa casa tem 4 cantos...


Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Quem vem, que vem lá de tão longe?
São os pretos velhos que vem trabalhar
Ô da-me forças pelo amor de Deus, meu pai
Ô da-me forças pros trabalhos teus


Zum zum zum
Olha só Jesus quem é
Eu rezo para santas almas
Inimigo cai
Eu fico de pé


O preto por ser preto
Não merece ingratidão
O preto fica branco
Na outra encarnação
No tempo da escravidão
Como o senhor me batia
Eu chamava por Nossa Senhora, Meu Deus!
Como as pancadas doíam


Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar
Tira o cipó do caminho,
oi criança
Deixa a vovó atravessar


A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
A bença Vovô
Quando precisar lhe chamo
Zambi lhe trouxe, Zambi vai lhe levar
Agradeço a toalha de renda de chita de pai Oxalá


Vovô já vai, já vai pra Aruanda...
Abença meu pai, proteção pra nossa banda


Pontos de Pretos Velhos:


Negro está molhado de suor, mas tá feliz porque Deus o libertou (bis);


Ô sinhá sinha, segura a chibata não deixa bater, faz uma prece prá negro morrer, negro não quer mais sofrer (bis);


Ponto p/firmar a gira: Viva Deus, viva a Gloria, viva o rosário de nossa Senhora (bis);


Ponto para benzimentos: Pai João d"angola com sua ternura, sentado no tronco ele benze as criaturas(bis), a estrela de Oxalá seu ponto iluminou, ele é Pai João d"angola ele é nosso protetor;


Ponto de subida de pretos velhos: Já vai pretos velhos subindo pro céu e nossa senhora cobrindo com véu (bis).


A linha de Preto Velho, na Umbanda, são entidades que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina e manipulação de ervas, o qual aplicam frequentemente em sua atuação na Umbanda, porém no Candomblé são considerados Eguns.


Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro (período de trevas no território brasileiro), a linha de preto velho reflete a humildade, a paciência e a perseverança característica da atuação da linha nominada de Yorima, cujo apresenta-se de pés no chão, cachimbo de barro bem rústico, quando não cigarro de palha, café, e um fio de contas de rosários (Lágrima de Nossa Senhora) e cruzes, figas e breves os quais utilizam magisticamente em sua atuação astral.


Os pretos velhos apresentam-se com nomes de individualizam sua atuação, conforme nação ou orixá regente, evidenciando sua atuação propriamente dita.


Os nomes comumente usados são:


    Pai Joaquim;
    Pai Francisco;
    Pai Maneco de Aruanda;
    Pai João;
    Pai José;
    Pai Mané;
    Pai Antônio;
    Pai Roberto;
    Pai Cipriano;
    Pai Tomaz;
    Pai Jobim;
    Pai Roberto;
    Pai Guiné;
    Pai Jacó;
    Pai Benedito;
    Velho Liberato
    Rei Congo


ou femininos:


    Vó Cambinda;
    Vó Cecília;
    Vó Maria Conga;
    Vó Catarina;
    Vó Ana;
    Vó Quitéria;
    Vó Benedita;
    Vó Cambinda;
    Vó Minerva;
    Tia Luiza;


Em sua linha de atuação eles apresentam-se pelos seguintes codinomes, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram:


    Congo_ Ex: (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
    Aruanda_ Ex: (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (OBS: Aruanda quer dizer céu);
    D´Angola_ Ex: (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
    Matas_ Ex: (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
    Calunga, Cemitério ou das Almas_ Ex: (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;


Entre diversas outras nominações tais como: _Guiné, Moçambique, da Serra, da Bahia, etc...


Muitos Pretos Velhos podem apresentar-se como Tio, Tia, Pai, Mãe, Vó ou Vô, porém todos são Pretos Velhos. Na gira eles só comem o que for feito de milho como por exemplo:


    Bolo de milho, pamonha, cural e etc.


    "AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO".


Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete.


A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;


A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;


A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;


A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra gratidão;


A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;


A Sexta... Aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada, buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;


A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.


    As Sete Lágrimas De Um Preto Velho






                    Pretos Velhos e Pretas Velhas

Com certeza a mais carismática entidade que povoa os terreiros de Umbanda. A mística do Preto Velho é fruto de condições e circunstâncias únicas em terras brasileiras.
A sofrida vida dos escravos, trazidos da África, já bastante documentada e comentada, fazia com que os indivíduos, em função do penoso e extenuante trabalho a que eram submetidos, somado aos maus tratos, vivessem, em média, somente sete anos após sua chegada ao Brasil.
As mudanças no panorama econômico brasileiro, como a decadência do ciclo da cana-de-açúcar e a redução da atividade mineradora, fizeram com que uma grande leva de escravos migrados, para os centros urbanos, pudesse levar uma vida mais amena e conseguisse ter uma expectativa de vida mais longa. Gosta de beber desde a cachaça branquinha até o vinho tinto bem forte ou um café amargo. Mas uma de suas bebidas favoritas é a polpa do coco verde, triturada no pilão e misturada com um pouco de pinga.
As histórias que ouvimos a respeito dos Pretos Velhos, são bastante variadas e pitorescas.
Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.
Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.
Outros nos contam que, em vida terrena, os Pretos Velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.
A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.
Preto Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.
Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada.
O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.
A falange dos Pretos Velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os Pretos Velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.
Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.nas incorporações do Preto Velho, demonstram um quadro clássico da Umbanda. Os fiéis, ignorando o que seus olhos vêem, enxergam não o médium, mas um velhinho negro alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto, rindo e bebendo no seu coité de casca de coco, até café amargo, bebida que muito aprecia, e, por vezes mastigando uma rapadura.
É quase um membro da família, aquele vovô sábio e bondoso que todos gostariam de ter.
É quando todas as barreiras caem e as pessoas entregam, aos seus ouvidos pacientes, suas histórias e mazelas, sem nenhum pudor de confessar fracassos ou desilusões. Por que não se sentem falando a um estranho, mas a alguém que parece conhecê-los desde o início de suas vidas.
Alguns dados Histórico-sociais
As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc; subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.
Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.
Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:
Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.
Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo e financiavam as guerras e fazia dos vencidos escravos.
No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.
Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubas; geges; hauçá; minas e malês.
A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro:
“Em quatro séculos, XV ao XIX, a África perdeu, entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas, e estas constituiam uma parte selecionada da população.
Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar. Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos!
Em troca de seu trabalho os negros recebiam três “pês”: pau, pano e pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães–do-mato e proprietários. Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A “macumba” era, e ainda é, um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana. Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi, protegido de Ogum.
“Zumbi, comandante guerreiro…
Guerreiro mor, capitão.
Da capitania da minha cabeça…
Levai alforria ao meu coração…”


(Gilberto Gil)

Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim a Lei Áurea.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.
Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião. É interessante observar, entretanto, que nem todo Preto-Velho ou Preta-Velha na Umbanda, foi realmente um escravo(a) em sua última encarnação. Em alguns casos, esses espíritos nem encarnaram naquela forma ou naquela época. Porém, assumem aquela identidade apenas para um melhor diálogo. Para uma melhor comunicação, com aqueles que os procuram em busca de uma ajuda espiritual.
Atuação
E assim são os Pretos-Velhos da Umbanda. Eles representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz.
Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Com seus cachimbos, fala pousada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.
Não se pode dizer que em sua totalidade que esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de preto-velho. Outros, nem pretos-velhos foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo forma.
Este comentário pode deixar algumas pessoas, do culto e fora dele, meio confusas: “então o preto-velho não é preto-velho, ou é, ou o que acontece???”.
O espírito que evoluiu tem a capacidade de se por como qualquer forma passada, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Esses espíritos podem se apresentar, por exemplo, em lugares como um médico e em outros como um preto-velho ou até mesmo um caboclo ou exu. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão. Não é uma forma de enganar ou má fé com relação àqueles que acreditam, muito pelo contrário, quando se conversa sinceramente, eles mesmos nos dizem quem são, caso tenham autorização.
Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor a Deus e a você mesmo.
Para muitos os pretos-velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus de lei (exus de luz) desfazendo trabalhos e contra as forças negativas (o mal), espíritos obscessores e contra os exus pagãos (sem luz que trabalham na corrente negativa que levam os homens ao lado negativo e a destruição).
‘Vovô
Vim lhe pedir um favor, oh oh
Vovô
Vim lhe pedir um favor

Olhe por seus filhos,
Dê saude e amor
Olhe por seus filhos,
Dê saude e amor
Quando o galo canta
Raiou um dia
As Almas pedem uma Ave Maria
Quando o galo canta
Raiou um dia
As Almas pedem uma Ave Maria

Ave Maria cheia de graça
O Senhor está convosco
Bendita sois vós
Entre as mulheres
bendito e seus fruto
Do vosso ventre nasceu JESUS
Maria Conga
É quem vence demanda
Maria Conga
É quem vence demanda
Ô na sua terreira ela diz que tem mironga
Ô na sua terreira ela diz que tem mironga
Maria Congâ é lavadeira de sinha
Maria Congâ é lavadeira de sinha
Lava roupa de chita do terreiro de iaia
Lava roupa de chita do terreiro de iaia
Velho passou na ponte
A ponte tremeu
E debaixo da ponte
As Almas gemeu
Velho passou na ponte
A ponte tremeu
E debaixo da ponte
As Almas gemeu
Ô me valhei me as Almas
As Almas de São Cipriano
Ô me valhei me as Almas
As Almas de São Cipriano
Ô me valhei me as Almas
As Almas de São Cipriano
Ô me valhei me as Almas
As Almas de São Cipriano
Adeus, Adeus Vovó
A Vovó vai embora pra sua banda, adeus
Adeus, Adeus Vovó
A Vovó vai embora pra sua banda
Vai pedir a DEUS Vovó das Almas
Proteção pros seus filhos que choram lágrima
Vai pedir a DEUS Vovó das Almas
Proteção pros seus filhos que choram lágrima
O mar é lindo
também é
O mar é lindo
Mas o céu também é
Preto-Velho vai embora
Vai beira mar
Vai levando as mirongas
Lá pro fundo do mar
Preto-Velho vai embora
Vai beira mar
Vai levando as mirongas
Lá pro fundo do mar’
Hábitat: Cemitério, Matagais
Vibração: Segurança
Assuntos Relacionados: Todos
Atuação: Ajuda em todos os setores
Parte do Corpo: Todo o corpo
Essências: Heliotrópio, Alecrim, Café ( P. Velhos)
Junquilho ( P. Velhas)
Cores: Preto e Branco
Pedras: Crisópraso, Opala, Jade.
Metal: Antimônio, Níquel
Flores: Margaridas brancas de todos os tipos, grandes e miudas
Banhos de descarrego: Vários, sendo o principal feito com arruda, sal grosso, fumo de rolo picado e carvão ralado.
Libação: O mais comum é o Café amargo (sem açucar)
Imantação: Rapadura, Fumo de rolo, agrião, feijão preto, mingau-das-almas.
Guia Preto Velho: 128 contas ( sendo uma Preta seguida de uma Branca)
Guia Preta Velha: 126 contas (sendo uma Branca seguida de uma Preta)
Relação médium-guia: Os Pretos-velhos são de certa forma bem tolerantes com seus protegidos, sinhozinhos e sinhazinhas. Não se aborrece facilmente, mas quando acontece, são duros e exemplares no castigo e na indiferença. Pregam sobretudo e renovação moral dos seus tutelados em todos os sentidos.
Força da natureza: observadores atentos de todos os fenômenos físicos e astrais do planeta.
Expressão: boa-vontade, paciência, tolerância, mansuetude, alegria, comedimento.
Datas comemorativas: suas festas são realizadas por todo mês de maio. Nelas é servida a famosa feijoada e, de sobremesa, os doces típicos (queijadinha,pé-de-moleque, bolo de aipim, mãe-benta, quindim, pamonha, cocada-puxa e tantas outras guloseimas) da cozinha baiana e também de outros Estados brasileiros. Não se pode deixar de consignar o dia 13 de maio de 1888, data de Abolição da Escravatura no Brasil.
Composição: Agrupamentos distintos das várias nações africanas. Com o passar do tempo esta diferença está se esvaecendo.
Hierarquia: Seguem ao guia-chefe do templo, que tanto pode ser um Caboclo, como um Boiadeiro ou um Preto-Velho.
Saudação: “Abença, Preto-Velho”, “Abença, pai Joaquim” (ou nome que tenha a entidade). Também se usa o “Abença, vovô (ó)”, “Abença tiazinha”
Pontos cantados: Existem mais de uma centena, verdadeiras relíquias do cancioneiro sacro da Umbanda. Podem ser pontos de raiz ou pontos elaborados por compositores-ogàs, certamente inspirados por essas entidades maravilhosas.
Pontos riscados: de acordo com o grupamento
Indumentária: nada especial. Geralmente usam traje branco, mas em dias de festa e para agradar os Pretos-Velhos, o médium pode usar roupas de xadrezinho.
Local preferido: Quando não estão no Terreiro adoram as redondezas das Casas Coloniais.
Cor: da preferência de cada um, embora prefiram cores claras e o indefectível xadrezinho.
Cor da guia: usam colares confeccionados com sementes e miçangas a gosto da própria entidade.
Ervas utilizadas: exímios curadores através das plantas (sementes, raízes, casacas, folhas e frutos), os Pretos-Velhos, em sua maioria, sempre se voltaram para a medicina vegetal, embora reconhecendo a importância da alopatia, da homeopatia, da medicina alternativa e do advento da ciência nuclear dos dias de hoje com prolongamento natural para o plano astral, onde também se processa a cura de várias doenças.
Flores: gostam de todas, principalmente das de tonalidade clara.
Frutos: a gosto de cada um.
Mineral: nada especifico.
Planeta: Apreciam as fases lunares e o Sol.
Dia da semana: segundas-feiras, domingos e feriados.
Comidas secas: aipim e fruta-pão cozidos, mingaus diversos, principalmente o mungunzá, acaçá, acarajé e demais quitutes da cozinha africana.
Bebidas: café adocicado ou não, vinho tinto, água, garapa etc.

         Pontos Cantados de Pretos Velhos

É preto , é preto , é preto oi cambinda
Todo mundo é preto oi cambinda
Na terra dos preto oi cambinda
Eu também sou preto. “bis”
*
Santo Antonio era menino , São Benedito era rapaz ,
Corre , corre Santo Antonio , quero ver quem corre mais.

Jesus , José e Maria
A estrela Dalva é a nossa guia “bis”
Eu quero ver esse Congá firmado
Preto velho ajoelhado , comandando a nossa gira. “bis”

Gosto de ver Preto Velho no Congá
Como é bonito Preto Velho trabalhar “bis”
Quando ele baixa , ele traz seu patuá
A cruz de Zambi e o rozário de Iemanjá. “bis”

Vó Maria Preta Velha no tempo da escravidão,
Toda tarde ela varria o terreiro do patrão. “bis”
Ô mãe Maria sacode a poeira da sua saia ,
Sacode a poeira da sua saia , sacode a poeira da sua saia.

Santo Antonio é dono de terreiro
Santo Antonio é dono de Congá
Quem ata e desata é Santo Antonio
Santo Antonio que venha desatar.

Meu pito tá apagado
Minha marafa acabou
Vou trabalhar pra zuncê
Porque sou trabalhador “bis”
Eu vou trabalhar , zuncê vai ganhar
Muito bango meu filho
E depois vem me pagar.

Preto velho que veio de Angola , vamos saravá no Congá,
Aê , aê ,aê , vamos saravá no Congá,
Preto Velho é pai Benedito , Preto Velho é João Ferrador,
Preto Velho é Gima no toco , que chega nungoma saravá Xangô;
Preto Velho veio de Cambinda , Preto Velho veio de Luanda,
Preto Velho veio lá do Congo pra saravá filhos de Umbanda.
*
Preto Velho tá cansado , de tanto trabalhar
Preto Velho tá cansado , de tanto curimbar “bis”
Canta ponto , risca Pemba , é longa a caminhada
Quem tem fé , tem tudo , quem não tem fé não tem nada “bis”

Ele é um negro feiticeiro , que trabalha na Umbanda,
que trabalha na Quimbanda e na linha do Candomblé ,
Esse negro eu quero ver , esse negro eu quero ver ,
Esse negro eu quero ver , esse negro eu quero ver. “bis”

Ê Luanda , terra da macumba , do batuque e docanjerê ê ê
Terra da macumba , do batuque e do canjerê ,
Eu vou bater tambor , eu vou bater tambor
Fazer o meu batuque , chama meu protetor ,
Fazer o meu batuque , chamar meu protetor ô ô.

Nega Cambinda que fala na lingua Nagô ,
Nega da Costa Mina , filha de Babalaô “bis”
Na macumba êê , na macumba áá “bis”
Nega pula , nega dança , nega joga seu marafo,
Saravá seu protetor . “bis”

Vem Congo , vem pai , vem no terreiro para trabalhar “bis”
Pisou na linha do Congo , é Congo é Congo , é aruê
Pisou na linha do Congo , agora que eu quero ver.
Salve todos os PRETOS-VELHOS, que Oxalá os iluminem e os abençoem. A todos os PRETOS-VELHOS que trabalham nesse mundo e no outro com muito amor.








                                  Preto Velho

 

As Sete Lágrimas de um Preto-Velho.

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo,

um preto-velho chorava. De "seus olhos" molhados, estranhas lágrimas desciam-lhe

pelas faces e não sei porquê, contei-as ... Foram sete.

Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei.

- Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas

assim uma tão visível dor?

E ele, suavemente respondeu:

- Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão

distribuídas a cada uma delas.

- A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vêm em

busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas

mentes ofuscadas não podem conceber...

- A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam,

desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam

alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

- A terceira distribuí aos maus, aqueles que somente

procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre

prejudicar a um seu semelhante.

- A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma,

força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma

e não conhecem a palavra gratidão.

- A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos

lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito:

Creio na UMBANDA, nos teus pretos-velhos, nos caboclos e no teu

Zâmbi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso

ou daquilo.

- A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro,

não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus

olhos revelam um interesse diferente.

- A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou

pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos "Olhos" de

todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos(as),

que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam às doutrinas,

esquecem, que existem tantos irmãos precisando de caridade e

tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a

uma.


 
    REZA DE CURA DE VOVÓ MARIA CONGA

CHAGAS ABERTAS DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO EM TEMPO DE SALVAÇÃO.SANGUE DERRAMADO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. EM SUA GLORIFICAÇÃO. SAGRADO CORAÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO EM SUA RESSURREIÇÃO.
SACRIFÍCIO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. PELOS POBRES SOFREDORES. CRUZAI ESTE CORPO.
CURAI ESTA ALMA.
NAS BÊNÇÃOS DA SANTA CRUZ. PELA TUA FORÇA
JESUS... JESUS... JESUS...
TODO MAL SEJA CURADO. TODA PESTE DIZIMADA.
CRUZAI ESTE CORPO.
CURAI ESTA ALMA.
NAS BÊNÇÃOS DA SANTA CRUZ. PELA TUA FORÇA JESUS...JESUS...JESUS...
NO TEMPO DE NOSSO SENHOR.
COXO ANDOU.
CEGO ENXERGOU.
MORTO RESSUSCITOU.
CRUZAI ESTE CORPO.
CURAI ESTA ALMA.
PELOS BENS DE VOSSA CRUZ
JESUS...JESUS...JESUS...

Acompanha esta oração um óleo bento, preparado pela Preta-Velha Vovó Maria Conga, o qual é muito poderoso, principalmente em casos de doenças. Os interessados em adquiri-lo gratuitamente, deverão nos enviar seu nome e   endereço completo para que possamos mandá-lo pelo Correio (as despesas de postagem correrão por conta dos interessados).

Agradecimento especial a
Vovó Maria Conga 


        REZA DE MÃE JOANA A SÃO CLEMENTE


(PROTETOR DE CRIANÇAS E MENINOS
E ZELADOR DA SAÚDE ,NA INFÂNCIA)

EM NOME DO PAI+ DO FILHO+ DO ESPIRITO SANTO.
Ó JESUS ,QUE EU ADORO,SOB O AMÁVEL NOME DE PROTETOR DA INFANCIA,QUE AMASTE AS CRIANÇAS,QUE AS ACARICIASTE,FAZEIS QUE OS MEUS FILHOS,PELA INTERCESSÃO DE SÃO CLEMENTE,GOZEM SAÚDE,NÃO SOMENTE CORPORAL MAS TAMBÉM ESPIRITUAL.
REPETIR TRÊS VEZES:
SÃO CLEMENTE,PROTETOR DAS CRIANÇAS,ROGAI POR NÓS.
(REZAR UM PAI NOSSO E UMA AVE MARIA).


  
     Ponto do Pai Jacó

Pai Jacó taí

Pai Jacó chegou

Samburá vai encher

Pai Jacó vai levar

Pro Chui Pro Chuá

Pras ondas do mar podê levar

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo




        O Samburá do Pai Jacó encheu

Pai Jacó vai levar

Pro Chui Pro Chuá

Pras ondas do mar podê levar

Que a paz do Mestre Senhor Jesus permaneça com todos

( Colaboração do médium José Gomes )


          Ponto do Pai Jeremias

Negro velho quando chega no terreiro

Negro velho quando chega no terreiro

Arreda feiticeiro

Arreda mandigueiro

Negro velho chegou no gongá

Negro velho chegou no gongá

Vai cruzando filho da terra

Vai salvando o mundo inteiro

Vai cruzando filho da terra

Vai salvando o mundo inteiro

( Agradecimento Especial a esta Entidade que muito tem me ajudado )
 

                       História de Pai Jeremias


                                    ADOREI AS ALMAS!!!!


Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião.


Com a implantação de fazendas de gado e cultura em solo Brasileiro muitas vezes ou quase sempre sacerdodes do culto Africano chegavam trazidos como escravos pelos navios de contrabandistas que ganhavam a vida destruindo a de outros , entre estes vindos de tão longe e com a missão dada por Oxalá de divulgar sua Religião engrandecendo outras terras com sua sabedoria e bondade.
Entre estes chegava então um jovem que estava predestinado a ensinar amor e sabedoria , ainda menino foi introduzido no trabalho árduo e sem trégua , por sua bondade e sabedoria logo cativou a todos ate mesmo seus senhores que percebendo sua condição de tratar com animais feridos ou doentes, solicitavam sempre seus serviços, logo estando este que seria um sacerdote em sua terra , curando e tratando pessoas a pedido de seus senhores ,era ele então tratado diferente em meio a tanta crueldade , com esta oportunidade tinha então condição de cuidar dos seus como predisse um escravo já velho que morrerá em suas mãos, seria ele chamado de Pai pelos outros por sua bondade e empenho em socorrer a todos não importando se era escravo ou branco todos eram socorridos por Pai Preto como era chamado pelos brancos.
A fama de pai Preto correu longe em solo brasileiro tanto que chegou sem tardar ao conhecimento dos missionários vindos para catequizar os povos da nova terra , Pai Preto tinha então 85 anos já velho e quase não mais conseguia andar o que não impedia de continuar com suas curas e benzeduras . Mas chegou a ordem, e a orientação Pai Preto era "feiticeiro e deveria morrer como todos de sua época, os seus antigos senhores não tiveram coragem de cumprir a missão e então combinaram de esconder Pai Preto e este ficaria assim ate a morte cuidando e claro dos interesses de seus senhores.
Mas Pai Preto que nunca soube dizer não ou se intimidar por qualquer perigo não se deteve e continuou com suas mirongas , suas rezas e sua caridade sem fim. Logo a noticia correu , seria um fantasma ou quem sabe ele teria ressuscitado para desafiar quem mandava? Nova ordem chegou então o "feiticeiro deveria ser desenterrado e sua cabeça arrancada do corpo e enterrada em outro local somente assim o "mal"deixaria de existir.
Aqueles que tentaram esconder Pai Preto agora com medo decidiram mata-lo e cumprir o que lhes foi ordenado, tendo assim aos 86 anos Pai Preto deixado o plano físico para trabalhar com suas mirongas em planos mais elevados. Hoje nos que aprendemos a amar a Umbanda com toda sua sabedoria aprendemos sempre um pouco com aqueles que deixaram esta grande lição de vida e humildade.
Pai Preto é hoje pra nos pai Jeremias do Cruzeiro que ao lado de Omulu traz a cura para os sofredores dos dois planos. Pai Jeremias recebeu de Oxossi o direito de trabalhar em sua vibração o que para nos só e motivo de mais felicidade pois como raizeiro e conhecedor das matas levou para o plano espiritual este conhecimento para a benção dos filhos da terra
Salve Pai Jeremias
Salve todos os Pretos Velhos
Salve Nossa Querida Umbanda.

Mensagem recebida pelo médium Wagner

Em 15 - junho - 1998



     Ponto de Vo Catarina da Kalunga

Rosário de Nossa Senhora tem poder.
Vim neste Terreiro para me desenvolver.
Todas as quizilas vou levar
neste samburá.

( Colaboração do médium Nagibe )

Oração a São Gabriel para reconciliação de inimigos

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

São Gabriel, Força, Beleza, Bondade.
São Gabriel, Pureza, Caridade, Sacrifício.
Bem-aventurado o homem que teme o Senhor.
Glorificai o Nome do Senhor, tratai-nos segundo a grandeza do vosso Espírito.
Bem aventurados os que amam o Pai Celeste.
Felizes os que amam os seus irmãos.
Bem aventurados os que se humilham, porque serão exaltados.
Dignai-vos, Deus misericordioso, conceder-lhes o perdão e a paz. (Fazer o pedido).
Dignai-vos, meu pai, também perdoar-me pelas ofensas que vos fiz, esquecendo os vossos mandamentos.
Dignai-vos conceder a graça de ver vossos filhos, fulano e beltrano, reconciliados, esquecidos dos ressentimentos, voltarem a ser bons irmãos.

Rezar o Pai Nosso.

Deve ser rezada com uma vela acesa.